sexta-feira, 24 de abril de 2015

Fim.

Abraças-me?

Apetecia-me que chegasses de surpresa e me abraçasses por trás sem que eu tenha sequer de me virar e reconhecer-te, saber que és tu que ali estás só pela força do teu abraço, pela forma como te encaixas em mim, a forma como os teus braços envolvem os meus. Reconhecer-te pelo teu cheiro que me invade ainda que eu permaneça de olhos fechados, saber a cor do teu beijo no meu pescoço e o teu respirar que me arrepia.
Apetecia-me assim, um abraço por trás, daqueles que esquecem o mundo e nos fazem descansar, um abraço que sabemos que nos vai agarrar e não mais largar.
Um abraço, apetecia-me.
Abraças-me?

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Favorito.

Mas enquanto nenhum de nós se render, posso continuar a sonhar, não? Porque de qualquer das maneiras continuo a preferir o teu sorriso aos outros, continuo a gostar de cantar contigo, a ouvir-te falar de tudo ou até mesmo de nada, continuo a querer ficar a falar contigo até altas horas e a cuidar de ti quando estás doente. Vou sempre preferir o teu perfume a outros e a voz... Sim, a tua voz! Ela continua a ser a minha favorita, mesmo que agora só exista na minha cabeça. Cada km que hoje nos tira a vista, encontro sempre uma razão para gostar de ti. Sempre gostei da maneira como falavas, das certezas que transportavas nas palavras e na maneira como querias as coisas, nunca estavas satisfeito, nem eu. Não estou satisfeita de ti e quanto mais tive mais quis. Agora que não tenho, vou deixar de querer? Não, às vezes temos de nos afastar das coisas que amamos e deixa-las ir mas isso não significa que as amamos menos, significa que as amamos ainda mais. 
Pareço uma criança a quem tiraram o brinquedo. Choro, esperneio e acabo por me conformar.

quarta-feira, 22 de abril de 2015

Ficarei por aqui.


Quantidades inqualificaveis,

(...) Porque não seria racional tentar qualificar ou até quantificar algo assim. Quando somos novos e gostamos de alguém, a única maneira que temos de dizer o quanto gostamos é abrir os braços até tocar no céu. Nunca um acto tão simples e ingénuo fez tanto sentido mas não haveriam braços suficientes para nos quantificar. Nem braços nem palavras, nem muito nem pouco. Abrir-los sempre chegará. Indicador de abrigo, apoio e amor. Amor sem segundas intenções, assim, simples e fácil. Sem cobranças, rancores ou dividas. Sem começo, meio nem fim, apenas infindável. Seria muito mais fácil desenhar um coração e preenchê-lo de preto, esse que absorve tudo, nós absorvemos tudo um dia. Absorção não significa desaparecimento, é muito mais do que isso. É cultivo e dedicação, e a partir do momento em que se absorve algo, torna-se directamente parte de nós. E mesmo que seja só na minha cabeça, será assim, até um se render.

"Prometo Falhar"

"Amei-te muito antes de te amar. Éramos o que os amantes eram e nem precisávamos de corpo para isso, porque o que dizíamos nos satisfazia, e sempre que a vida acontecia era um ao outro que tínhamos de falar. Se há coisa que temo no mundo é o teu fim. Passo horas a sentir-me indestrutível, a ter a certeza de que nada me toca, de que nada me poderá doer o suficiente para me fazer recuar, e depois vens tu. Tu e a tua imagem a perder de vista, os teus olhos quando me olhas, a tua boca quando me falas, e é então que percebo que sou finito, pobre humano, e desato a chorar à procura do telefone e de uma palavra tua que me convença de que ainda existes. É na possibilidade do teu fim que encontro a humildade."

Pedro Chagas Freitas

Pensando.

Todos os dias, minuciosamente, como se um ritual, começo a polir o único símbolo físico representativo de qualquer tipo de união que tenha existido. Atitude forçada para me desfazer de algo que nunca de livre vontade me livraria. Engraçado que quando queremos entrar no esquecimento, alongamos qualquer coisa para saber que, pelo menos, nada terá sido em vão. Porque ainda guardo sorrisos e talvez seja disso que sinta falta, dos sorrisos que me proporcionavas. Da maneira como conseguias fazer-me calar, no meio de uma discussão ou até mesmo de uma declaração lamechas. Nunca foste lamechas, antes pelo contrário. Sempre quiseste que valorizasse o que existia pelas atitudes, pelos caminhos que percorríamos durante uma madrugada inteira, pelo silêncio que não incomodava. Porque nas tuas palavras nunca carregaste deveres mas sim vontades. És o oposto e ao mesmo tempo és tudo o que um dia precisei. (...)

terça-feira, 21 de abril de 2015

Palavras não chegam.


Loucos.

Sei que estou a agir de uma maneira um bocado louca ou até mesmo incompressível, "só os loucos sabem". Só os loucos sabem a razão pela qual lutar por algo que nos faz tão bem e tão mal ao mesmo tempo. Só os loucos querem ouvir o amor dizer que não nos quer mais, que está bem sem nós, para seguir em frente. Só os loucos se agarram a uma razão para lutar no meio de milhares para desistir. 
Não é masoquismo, é necessidade. Não é masoquismo, é amor. Não é masoquismo, é loucura. E mais uma vez mais, como todos os dias, toda a gente faz questão de lembrar a louca que tu continuas a existir. Que andas por aí feliz enquanto eu continuo à tua espera. Correcção: estava à tua espera. Hoje já não espero nada de ti, nem um telefonema, uma mensagem ou até mesmo um pensamento. Se acontecer, felicidade para mim; se não, não haverá desilusão. Quanto mais alto, maior será a queda e essa não é uma proporcionalidade directa que queira voltar a provar. 
A partir de hoje o que vier, será sempre por acréscimo, sem aviso prévio. Deixei os planos e os sonhos de lado. Hoje crio metas e trabalho nelas, dia após dia. A única certeza que tinha deixou de existir e com ela foram os planos. Mas não! Não estou conformada mas coloquei o egoísmo de lado e dei a maior prova de amor que alguma vez dei a alguém. Deixei-te ir. Prefiro ver-te feliz, mesmo que não seja pela minha presença do que insistir. Do que persistir numa ideia que por mais futuro e fundamento possa ter para mim, não é a que te faz feliz. Do que implorar por amor. Amor não se implora, amor multiplica-se, nunca se divide ou se cobra e era exactamente isso que estava a fazer. «Idiota, se soubesses o quanto perdeste por fazer isso!» Sei sim mas nunca fui apologista da ideia de que virias mais tarde a arrependeres-te de me teres deixado ir porque no final de contas, deixaste-me ir. Redenção é aceitável até a um ponto, a partir desse momento, é apenas estupidez. Tentas, tentas, voltas a tentar e a pessoa orgulhosamente rejeita? "Segue em frente." Estou a seguir. Não sei se para a frente, se para trás mas vou atrás de algo de certeza. 
As malas estão feitas.

''Prometo Falhar''

"Fomos quase amantes perfeitos, quase um casal perfeito, quase a felicidade perfeita. Houve dias em que os corpos quiseram, dias em que os corpos forçaram. Foi nesses dias que nos abraçámos, as minhas mãos à volta de ti, as tuas à volta de mim, um abraço inteiro a comprovar que tudo o que nos bastava era coragem. Bastava eu dizer o que nunca parei de te dizer, o que todos os dias ensaiava dizer-te, para que este peso que agora será meu para sempre se diluísse em suor. Perdoas-me amar-te para sempre em silêncio?"

Pedro Chagas Freitas 

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Inspiração

Um artista sempre encontrará inspiração nos seus sentimentos, sejam eles bons ou maus. Vivências fazem-nos sentir e ter certo tipo de reacções e o nosso inconsciente tratará de inclui-los na nossa mente e nas nossas próprias atitudes. Perdi essa inspiração e para mim é uma derrota. É sinal de que as coisas estão a ficar bem comigo, é sinal que deixei de me culpabilizar pelo tudo ou pelo nada que perdi e com que fiquei. Estranho. Os dias vão passando e apesar de me assaltares a mente uma vez por outra, é cada vez mais raro isso acontecer. As visitas que eram diárias nos meus sonhos, hoje não existem. Estarei eu a deixar de te amar? Impossível... Mas então o que se passa? Sentia-me tão derrotada, tão devota aos meus erros e agora estou assim? Sem coração? Já sinto que nada me atinge, pelo menos enquanto não me apareceres à frente sem aviso prévio. Ontem foi um dia mau, acordei desanimada e sem vontade sequer de respirar, hoje é um dia mau mas já nada me faz diferença. Acordei com o teu castanho esverdeado na cabeça mas nem esse me alegrou ou até mesmo me derrotou. Heartless, conheces a expressão? É como me sinto e não sei como. Pensava que seria pior mas agrada-me, de certa forma, estar assim. "Grande gigante com 10 metros de altura" onde nada me derruba, só tu.

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Encher.

Deixa de fazer sentido quando o sentido desaparece, sim, deixa. Deixo de querer me pôr bonita e sair; deixo de querer impressionar alguém quando esse alguém desapareceu. Os meus amigos dizem-me que o tempo cura tudo mas nem sempre é assim. A vida dá muitas voltas, o mundo é uma bola e o tempo passa mas o tempo não cura, o tempo ameniza qualquer tipo de dor que possa ser de maior importância. Estas são cicatrizes que mostram que um dia algo foi bom, marcas do passado nem sempre têm de ser negativas, claro que não. Se nos lembrarmos de alguém como algo mau, de que são feitos os momentos bons que tivemos? Desaparecem e mostram que não vale a pena? Claro que vale a pena, claro que as coisas más fazem parte mas as boas fazem ver como tudo foi importante. Criar laços destes, seja com quem for, enchem-nos a alma. Enriquece o coração que um dia prometera não amar mais ninguém, enriquece a força que um dia julguei não ter. 

Sei lá.

Deveria ser tão fácil apagar alguém da mente como é apagar dos amigos de uma rede social. Deixas de poder estar a par do que a pessoa faz, de saber com quem anda e quantas bebedeiras semanais tomam conta dela. Seria fácil se as coisas fossem assim, se fossemos fortes o suficiente para apagar o que nos faz bem. O caminho continua a ser para a frente mas a mágoa passada continua presente. Sei que o livro não acabou e muita água irá correr pelo nosso forte, isso é certo. Mais cedo, ou mais tarde; amanhã ou depois, as coisas terão outro sentido. É provável que daqui a uns tempos nos estejamos a rir do quão estúpidos fomos e do quão imaturos estamos a ser. As palavras são a maior das ironias da vida, somos capazes de dizê-las sem querer ou sem as sentirmos. A palavra ''amo-te'' nunca foi o nosso bis e, felizmente, nunca a dissemos em vão. Deixou de fazer sentido no momento em que todas as nossas conquistas remetiam a esse sentimento. Nunca foi preciso dizer para sabermos que era e é verdade. Mas essa é mais uma ironia da nossa história. Somos capazes de dizer o que não sentimos para ficarmos bem connosco próprios, para atingirmo-nos um ao outro sem que tenhamos dó. Sabemos que a magoarmos o outro, ele vai magoar-nos de volta e apesar de ser em vão, essas palavras acabam sempre por cultivar e levar-nos ao esquecimento. Esquecer é uma palavra muito forte quando o que vivemos é ainda mais do que isso. Nunca se esquece o amor que se vive, seja ele o mais doloroso de todos. Para mal dos nossos pecados, por mais que estejamos magoados um com o outro, entrar no esquecimento de alguém torna-se um trabalho duro. Não é fácil, o amor dá-nos força suficiente para querermos mais, mesmo que seja sofrer porque ao menos sabemos que por pior que seja, temos a atenção desse alguém. Não significa desvalorizar-nos a nós próprios, significa aguentarmos o mal porque sabemos que o amor aguenta tudo. Na maior das minhas forças penso que o caminho é para frente, na pior das minhas fraquezas, quero que o caminho seja outro. Torno-me repetitiva na insistência desta história. Águas passadas não movem moinhos mas moveram um dia e isso significa que fizemos alguma coisa bem. Entro agora em estado de conformidade. Entro num estado de esquecimento forçado mas o amor é assim, não nos força a amar mas consegue forçar a esquecer. Sou romântica incurável, daquelas que ao mínimo toque ganha uma força e uma esperança de que tudo se resolverá mas não agora, eu sei que não. 
O para sempre é para sempre até durar mas o nunca é diferente, consegue ser mais frio mas ao mesmo tempo acolhedor. É contraditório pensar assim mas quem nunca sofreu por um amor mal resolvido, que atire a primeira bomba! Aliás, este amor está resolvido, sabemos bem quem amamos e como queríamos que as coisas tivessem sido mas não deu. Quem sabe um dia mais tarde, quando formos adultos, crescidos de corpo e alma, tenhamos a oportunidade que deitamos fora, deitei, sei lá... Deixa de fazer sentido quando o sentido desaparece,

Único.

"TU serás único. Posso vir a conhecer outras pessoas, ter um caso com alguém ou até um namorado, ter uma nova vida, mas tu serás sempre o meu preferido. Posso vir a provar outros beijos, mas vou-me sentir frustrada ao perceber que aquele homem lindo da festa não beija assim tão bem. Passarei a mão por outros cabelos, alguns mais compridos, outros mais curtos, mas vou sentir falta dos teus cabelos, que se perdiam nos meus dedos. Sentirei outros perfumes, vou sentir a falta do cheiro da tua pele, que tinha um cheiro tão bom que me fazia fechar os olhos e suspirar fundo. Vou chorar, durante toda a noite, baixinho, ao sentir a maior saudade que já senti em toda a vida. Vou olhar para o lado,vou ver a vida a passar, e sentir uma falta quase mortal da vida que tu me proporcionavas todos os dias. Vou entender que sempre te amarei, que tu serás eterno. Quando conhecer outros com o mesmo nome, sentirei um aperto no peito ao pensar que esse nome é lindo. Ao tocar o meu telemóvel vou sempre pensar que és tu, que vais ligar e dizer que me vens buscar. Continuarás a ser meu, e eu continuarei a ser tua mesmo que seja na minha cabeça. Mas a vida continua... Eu farei um esforço descomunal para te esquecer, talvez durante alguns anos conseguirei, mesmo que custe ao ouvir a nossa música ou até mesmo ler coisas que dizias, vou proibir de me chamarem de "MORENA" só tu podias. Tu talvez te lembres de mim com uma pequena tristeza mas eu de ti vou lembrar-me com um grande afecto, assim como eu sempre disse, tu serás sempre a minha escolha, mas infelizmente a vida deu-te outras opções… Reticência? A minha vida será repleta delas, assuntos não terminados, desejos não obedecidos, o maior e único amor da minha vida perdido pela minha incapacidade de amar alguém. Um dia passarei perto de ti e, vou pensar uma, duas, três, mil vezes numa maneira de tentar não te olhar, de descobrir se após tantos anos ainda gosto de ti. Também passarás perto de mim,mas não vais pensar uma, duas, três, mil vezes porque já não gostas de mim. Mas um dia se vires que mudei espero que penses e digas:
"MESMO COM O MAL QUE CAUSASTE NINGUÉM ME VAI AMAR COMO TU AMAS""

Por Rita Garcia

Estrelas.

Uma pessoa não é de ferro mas terá de bater com a cara mil e uma vezes até aprender. Bati a última vez, custa mas bati. Bati fundo mas o caminho agora é outro. Temos de largar as coisas que nos fizeram bem para agarrar algo que ainda nos irá fazer melhor. O caminho é para a frente e é esse que vou seguir. Do passado guardo boas memórias mas disso já não passam, de memórias. Foi preciso ouvir muito, chorar muito e principalmente magoar-me muito para perceber que as coisas nunca vão mudar. O amor é um sentimento contraditório, faz-me fazer coisas que são completamente contra o meu pensamento mas não culpemos o amor, culpemos as estrelas de John Green. Talvez num dia em que esteja mais fraca e derrotada, irei lembrar-me de ti. Irei lembrar-me do que perdi e do que podia estar a viver hoje. Vou lembrar-me de tudo e viver com o nada.
É fácil falar quando a revolta toma conta de nós, fácil fingir que não se sente quando a mágoa se sobrepõe a um sentimento. O caminho continua a ser em frente e a nossa música a atormentar-me. Vai atormentar muitas mais vezes mas não vou parar. Esquecer-te vai ser duro mas se já esqueci pessoas que no passado me diziam tanto, que terás tu a mais que eles todos? Tens uma coisa: tens a razão pela qual nunca resultou com mais ninguém.
E isso ninguém muda.
Acabou.

quinta-feira, 9 de abril de 2015

(In)certezas

Sei que quando te voltar a ver, nada vai ser igual. Sei que vou fraquejar e voltar ao mesmo. Hoje já não te vejo com tanta frequência, já não penso em nós com tanta frequência. É fácil falar agora que estou ''bem'' mas e amanhã? Vou voltar ao mesmo? Esse é meu medo. É querer virar costas a tudo e amanhã voltares a aparecer. É hoje estar conformada com a tua ausência e amanhã precisar dela mais do que nunca. Eu preciso de ti a toda hora. Apenas de ti. Deixo de necessitar dos passeios nocturnos, das conversas até altas horas, dos planos e sonhos, só de ti. Da tua presença, essa sim tornaria tudo muito mais fácil. Hoje tenho a certeza que não consigo viver sem ti e no dia em que te esquecer, sei que vou apenas respirar. O sentido de viver nunca mais vai voltar a ser o mesmo mas, ainda assim, não sei como estou. Sei que não estou bem, apenas e só. Estou mal? Não, respiro apenas. A esperança ainda não morreu mas já esteve mais forte que isto. O amor não morreu mas já esteve mais forte que isto. Não desvaneceu, apenas está guardado aqui dentro. De que vale saber que te amo se não podes receber tudo o que tenho para te dar? Guardo-o para não se gastar, guardo-o para não se perder nesta longa espera. As aulas de condução já não são as mesmas sem ti; os cafés de 50 cêntimos custam milhões; as noites de sonhos tornaram-se em pesadelos. 

Pensar em alto.

Todos os dias pergunto-me se sentes a minha falta, se te lembras de mim e do que fomos como eu me lembro. Nunca se esquece tamanha felicidade e eu sei que ainda tens coração. Sei que no fundo ainda me amas e que por ti, as coisas tinham sido diferentes. Como é possível alguém deitar a felicidade para o lixo como o fiz? Este arrependimento não me mata mas queima, corrói de uma maneira que nunca achei possível. Acho que nunca coloquei a possibilidade de tudo isto acontecer na mesa, tomei tudo por garantido porque sempre achei que o amor vence qualquer coisa. Sim! Vence! Menos um coração despedaçado, esse só o tempo cura. Vou amar-te até termos 70 anos, sim vou. Vou beijar-te em baixo de mil estrelas.

quarta-feira, 8 de abril de 2015

Fases.

Por consequências da vida encontro-me numa etapa de fases. Fases essas que estão repletas de certezas e de dúvidas, dúvidas essas que estão cheias de certezas. Certezas do que quero e dúvidas do que fazer. Certezas do destino, dúvidas no caminho. É difícil saber o que fazer quando existe tanto em jogo. Para mim, mesmo que a batalha esteja perdida, a guerra ainda é uma longa jornada. Acredito que as coisas aconteçam por um motivo. É Alguém lá em cima a mostrar-me do sou feita, a mostrar que por pior que seja a crise, existe sempre maneira de dar a volta por cima, mesmo que isso signifique deixar-mos ir coisas boas, para chegarem coisas ainda melhores mas pergunto-me: "Será que o que deixei ir, voltará em proporções melhores?". Este tipo de questões têm-se tornado numa constante quando nem eu sei o que será melhor para mim... Aliás, uma das certezas é saber o que me faz bem mas no entanto, este barco terá de ser remado por dois. Tu, quer queiras, quer não, fazes parte do barco. Saíste em função dos meus erros mas o lugar será sempre teu. Não vale de nada construir algo com alguém e chegar outra pessoa e tirar-te esse posto. Se és o alicerce que mantém a minha luta, irás ser, de certeza, o meu prémio. Não se trata de ganhar ou perder, trata-se de manter o que um dia se construiu com tanto amor. Acho que isso nunca faltou: o amor. Sempre tive medo que não tivesses estofo para me aguentar, que não conseguisses lidar com as minhas fases  e, por um lado, tinha razão mas não em relação a ti. Eu nunca consegui ligar comigo própria, tive sempre tanto medo de errar contigo que errei de vez. Fiz o que a minha cabeça me disse quando nem ela própria sabia o que fazer. Agir por impulsos leva-nos à maior das desgraças. Penso que agarrei tudo de uma vez, o receio de não corresponder aos teus objectivos de vida fizeram-me ser uma pessoa completamente diferente do que me conhecera até hoje. Mostrei-me forte em muita coisa mas no mais importante, que era manter-te perto, falhei. Falhei em todos os sentidos. Quis dar mais do que conseguia na altura mas só agora, pós ter tido tempo para me ver, é consegui perceber isso.
O meu pai continua inconformado, não me vê com mais ninguém e sinceramente, nem eu. Nunca te quis prender a mim. Eu mesma já estou presa a todo o passado e, que por consequência dos meus pensamentos, está mais presente que nunca. Não esqueço e mesmo sem ti, não há passo que dê sem pensar nos dois. Chama-me otária.

terça-feira, 7 de abril de 2015

Erros.

Sabes aqueles dias em que parece que tens o mundo todo contra ti? Hoje o mundo fez questão de me atormentar contigo, como todos os outros dias. O rádio fez questão de tocar a nossa música vezes sem conta. O meu pai fez questão de voltar a perguntar por ti. Os meus amigos de fingir que tudo se resolverá. As ruas de Coimbra fizeram questão de me lembrar dos nossos passeios. O Sol fez questão de continuar a aparecer e não iluminar o dia como era suposto. Continua tudo cinzento e eu faço questão de continuar com este teatro. Fingir que está tudo bem, que não sinto a tua falta. Tenho de me manter durante o dia, as pessoas à minha volta não merecem ver-me chorar mas tem sido tão difícil. É tão difícil ignorar as tuas últimas palavras, é tão difícil ignorar tudo o que me faz lembrar de ti. Torna-se impossível porque nem com os olhos fechados deixo de te ver, muito menos de te ouvir. O erro foi meu, não foi? Mas não somos todos nós feitos de erros e mal-entendidos? Pior que errar é desistir da nossa própria felicidade com medo do futuro, com medo de voltar a errar ou que até mesmo que errem connosco mas se esperarmos a vida toda para que não cometamos nenhum erro, o que vamos viver? Vamos desperdiçar o que nos faz bem? "A vida são dois dias e os casamentos ciganos cinco" e nós com tanto para viver. Nós que nos continuamos a amar e estamos separados por tudo, ou mesmo por nada. 
Ainda não acredito.

Não sei.

Hoje sonhei contigo, como se pensar em ti o dia todo não fosse suficiente. Agora que coloquei um ponto final neste massacrar e, parcialmente no meu sofrimento culpado, assaltas-me os sonhos como quem rouba um doce a uma criança. Pergunta-me o que sonhei contigo, pergunta. Pergunta se ainda me vejo casada contigo. Pergunta-me se enquanto durmo, já não nos vejo ligados até ao meu último suspiro. Pergunta... Pergunta-me como aguento conter o choro quando a única coisa que me apetece fazer é chorar. Não me sinto saciada deste sofrimento, não quero que passe porque isso significaria entrar em esquecimento de ti. Não quero esquecer, dói mas não te esqueço. Estou a contorcer-me para não chorar mais, agarro-me a qualquer coisa e faço força. Por vezes, uma lágrima se escapa, só para me queimar mais um bocado mas desta vez não vou bater no fundo.
Um dia isto vai passar, não é?

domingo, 5 de abril de 2015

Não chega.

Voltei a pecar. Tentei consumir-te em quantidades absurdas até te gastar mas não consigo. Beber para esquecer não resulta quando o motivo és tu. O limite é ultrapassado e tu continuas lá, no abstracto chamado coração. Há quem diga que ''a cabeça diz uma coisa mas o coração diz outra". MENTIRA! Puta mentirosa que um dia te quis prender. É da cabeça que tu não me sais, o coração deixou de existir. Deixei de sentir tudo mas continuo a pedir mais. Esta sede de ti é insuportável. Se um dia fui 70% àgua, hoje estou a zeros. Zeros de ti, zeros do teu beijo, zeros do teu carinho. A cada dia que passa tornas-te mais uma miragem, Algo que conheço bem mas que no entanto não alcanço e quanto mais avanço, mais a nitidez se faz desaparecer. DÓI. Sou mimada, tenho de ter tudo o que quero mas se esse tudo fores tu, será pedir muito? 

Mais um gole.

Ontem pequei. Depois de mais uma hora a implorar-te ao telemóvel para que voltasses, no meio de soluços e cigarros siameses, desisti. Desisti de insistir, desisti da minha pose de Cristo Rei à tua espera, desisti de mim. Desisti de querer mais do que posso ter, desisti de viver. Mas ainda acho 'desistir' uma palavra muito forte. Sei que no dia que efectivamente essa palavra fizer sentido na minha vida, não te amo mais. Até lá vou-me massacrando com o todos os cheiros parecidos ao teu, vou vendo as minhas tardes passando enquanto sentada à minha porta, vejo os carros a passar à espera que o teu pare, me leve e partamos para longe. Engraçado que contigo comecei a ver os carros de outra maneira, para mim já não são carros, são lembranças de ti. O cheiro a gasolina penetra-me e eu vejo-te. No meio do meu grupo de amigos, de cervejas e misturas, a um sábado à noite, continuava a ver-te. Foi uma, pensava em ti; foram duas, continua a ver-te; perdi-me na conta, perdi-te de vista. A tua imagem começou a ficar menos nítida mas a tua voz continua a massacrar-me: «Débora, pára!», «Débora, deixa-me em paz!», «Débora, quando casamos?», «Fica comigo.». CHEGA! Chega de fazeres com que te queira! Chega de dormir a pensar em ti, chega de não querer mais ninguém sem seres tu. Chega de ouvir os nossos amigos dizer que tudo se vai resolver quando eu nem tenho a certeza que te volto a ter. Não aguento mais, vejo-te a toda a hora, a cada passo que dou, respiro-te fundo. Mantens-me. 

sexta-feira, 3 de abril de 2015

Gritos mudos.

Continuo a escrever sem parar, estou a guardar tanto dentro de mim, tanto que te queria dizer. Não consigo, estou sufocada nas minhas palavras e a cada segundo que passa, esta tortura continua a matar-me, aos poucos, sem ninguém se aperceber. Se antes era o teu sorriso, agora é o teu olhar que não me sai da cabeça. Aquela maneira de olhar que só tu tinhas, parece banal, não é? É claro que só tu tinhas esse olhar, porque é ele, no meio de tantos outros que me faz hoje chorar e sentir saudades de algo como nunca senti. Num momento sinto que me consigo conformar sem a tua presença, no outro o rádio toca e a nossa música invade-me os olhos. Encharca-os de sal, não me consigo conter mais. Não consigo fingir que está tudo bem, não tenho essa tua frieza, essa tua força para guardares a nossa história nessa caixa e fingir que nada se passou. Dói-me tanto, dói-me tanto pensar que neste momento estás bem, que me amas mas que o orgulho e mágoa estão acima desse amor. Dói imaginar que poderás apaixonar-te por outro perfume, por outra boca, por outro beijo. Dói imaginar que alguém te dará o que eu não consegui e tu viveres bem com isso. Dói pensar que poderei nunca recuperar o que perdi. Dói tanto e tu sabes que dói, tu conheces-me. Imaginas-te sem mim? Imaginas-te com outra pessoa, com outro amor sem ser o meu? Imaginas-te a ser feliz com outro abraço que não o meu? Eu não. Não consigo sequer pensar noutra voz senão a tua e ela persegue-me. Grito por dentro e choro. Choro porque estou impotente e presa nesta dor, que me agarra, puxa e massacra até ao fundo. Os dias vão passando e cada vez mais me sinto perdida. 

8, 80, 0.

Quando antes juntava as pedras minuciosamente para construir o nosso forte, hoje disparo-as em todas direcções na esperança de causar uma dor maior que a minha. Não é que queira alguém tão magoado como eu, quero apenas que no sofrimento de outrem, a minha dor seja a menor delas todas. Que olhe para o meu sofrimento e veja-o como uma brincadeira de crianças. Já parei de me culpabilizar por tudo ou pelo nada com que fiquei. Conformei-me com a tua ausência, com a inexistência do teu cheiro, com a falta da tua voz que me apaziguava a alma como nunca ninguém o fez. Às vezes perco-me no tempo a olhar para o teu sorriso, como fazia quando estávamos com os nossos amigos. Só aí é que tinha oportunidade de ter ver sorrir de maneira espontânea, sem que te apercebesses do quanto me encantavas e do quão babada ficava contigo. Ficaria horas a ver-te sorrir, só porque sim, só porque me fazia bem e faz. Enquanto me fizer bem, mesmo que não estejas, vou continuar a admirar-te dessa maneira. 

I know I don't deserve it.

Dia 8. Para quem já esperou tanto, o que são mais uns dias, meses ou anos? Temo que a espera tenha terminado e é tempo de amar a única pessoa que realmente interessa: eu mesma. Serei egoísta por querer a única pessoa capaz de me fazer feliz? Sou egoísta, sempre fui. Quero-te aqui. Queria-te, sei lá. Estou a viver os 'Se's' da minha vida: "Se voltasse a tentar talvez...", "Se estivéssemos agora juntos...", "Se eu parasse de ser esperta, parava de sofrer.". Sim, saber demais é sinónimo de sofrimento. Às vezes gostava de ser ignorante para poder estar longe de todos os demónios que me atormentam.
A noite é a minha maior inimiga e a esta junta-se a minha consciência. Depois de passar longas horas a ignorar o óbvio, a fingir que tudo está bem, a minha consciência relembra-me que estou no fundo sem ti. A noite é escura e traz-me imagens à cabeça, demasiado nítidas para me deixarem dormir e não... Elas não desaparecem. Nunca. 

Estou completamente perdida, não me encontro debaixo de tantos escombros.
Tudo caiu.



quinta-feira, 2 de abril de 2015

Começo do Fim.

É sempre mais fácil escrever quando me sinto derrotada. Quando não tenho mais nada a que me agarrar, pego no computador e começo. De lágrima no olho, mãos em movimentos descontrolados, tento por tudo não voltar a chorar e passar a dor que vai em cada lágrima para a escrita. Torna-se fácil sufocar-me nas minhas palavras. Palavras essas que são tuas, que te pertencem assim como a mágoa, o amor e a saudade que nelas transporto. Perdi a conta aos cigarros que fumava freneticamente enquanto do outro lado da linha, tu, farto e cansado, me ouvias a chorar e a pedir perdão. Perdi a conta aos cafés que bebi para me manter acordada e pensar nas mil e uma maneiras de voltares a casa. Chamo casa ao teu lado. Sim, porto de abrigo, cobertor das noites frias, voz quente que canta ao meu ouvido quando o mundo todo desabou.
Hoje começou uma jornada de decadência, começou o teste para ver o quão fraca eu sou. Na presença da tua voz eu sei o quanto enfraqueço mas na falta dela, sei que entro numa descida a pique sem qualquer controlo. Estou no dia 7. 168 horas, 10080 minutos, 604800 segundos sem ti. Tão pouco ao lado do quanto eu esperei por ti mas para os que amam, não há segundo que compense esta dor ou este amor.